Hoje, após o aquecimento, repassamos a cena do Boizinho e em seguida a cena do Super-WanderGay.
Aquecimento:
Corporal: iniciamos com 10 minutos individuais para cada um fazer a sua preparação pessoal. Em seguida propus o exercício de variação dos 6 andamentos em coro. Em qualquer momento eles podiam falar "Maney" ou "Super" e realizar algumas das coreografias combinadas como nos últimos ensaios. Esse exercício tem sido bastante interessante como uma forma de trabalhar os pontos críticos do espetáculo juntamente com a preparação dos atores para o ensaio. Também o exercício dos andamentos me parece um ótimo complemento para a "coreografia do Hugo" como trabalho de coro. A variação de andamentos em coro gera um senso de unidade sem, contudo, restringir os movimentos com formas coreográficas específicas.
Vocal: Em seguida o Caléo puxou o aquecimento vocal seguido do trabalho com todas as músicas do espetáculo até o momento criadas. São elas:
- Mâney
- Deus nos Corações
- E se eu tivesse tudo
- Hino dos EUA em Mâney
- Gospel do Livrão
- Também o poupourit do Coração na cena do Boizinho
Cena do Boizinho
O trabalho principal desta cena está na organização do coro. A cena toda precisa de mais ritmo. Pedi para o coração retirar todas as micro pausas em sua atuação. Percebo, como diretor, que muitas das coisas que criamos e almejamos como atores, quando se trata de ver o todo da cena, são supérfluas. Em determinado momento eles propuseram de fazer uma dança elaborada baseada em Tik Tok coletivamente, envolvendo deslocamento no espaço e etc... Curiosamente, me pareceu que esta proposta ficaria visualmente muito parecida com uma grande "bagunça festiva". Então me questionei se valia a pena investir tempo na criação de uma coreografia elaborada se o efeito final for o mesmo que dizer "cada um faz o que quer festivamente". Claro que, se a coreografia fosse bem trabalhada, ela poderia ter outro efeito, mas devido ao constrangimento temporal a que estamos submetidos neste processo, isso seria inviável. Um fato é certo: quanto mais objetivas forem as ações, mais ritmo terá o espetáculo.
Cena do Super-WanderGay
Aqui também o que mais me preocupava era a ação do coro, pois tínhamos um objetivo claro: exorcizar/depor a FIGURA DESPÓTICA. Pedi para que fizessem um enforcamento da FIGURA DESPÓTICA em câmera lenta ao longo de toda a cena do Wanderley. O efeito foi deslumbrante.
Sobre a dinâmica de criação em coro
Uma característica frutífera deste processo está na capacidade que temos de criar as cenas coletivas in locu, isto é, sem a necessidade de eu criar uma movimentação prévia a ser seguida. Em vez disso investimos na união do coro enquanto entidade criativa própria enquanto que a direção apenas orienta a ação a ser executada. A forma dessa ação ocorre pela espontaneidade de cada momento do coro. Seria muito custoso ter que coreografar todos os movimentos de todas as pessoas do coro, portanto, essa proposta não apenas economiza esforços, mas também gera soluções que não caberiam na mente de apenas um criador, mas que apenas podem ser concebidas pela inteligência coletiva do coro.
Registros:
Parte 1:
https://youtu.be/x2rL0-_bL64
Parte 2:
https://youtu.be/NjxNd1lsBGU
Parte 3:
https://youtu.be/i4hh8LZhOpk
Parte 4:
https://youtu.be/C5gnWoK1gUQ
Parte 5:
https://youtu.be/Yhqjva5PtSI
Parte 6:
https://youtu.be/YFyMvXV-i14
Parte 7:
https://youtu.be/OjNQ2hkpMc8
Parte 8:
https://youtu.be/G4zxNjLr6ik
Parte 9:
https://youtu.be/BCK0m1N8he8
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